No Dia Mundial do Livro, os escritores frutalenses têm o que comemorar?
Ele está presente na nossa vida desde a infância: muitos pais costumam ninar seus filhos contando alguma história contida em algum velho...
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Ele está presente na nossa vida desde a infância: muitos pais
costumam ninar seus filhos contando alguma história contida em algum velho
exemplar que passou de geração em geração.
Muitas crianças arriscam os seus primeiros rabiscos neles,
outras tantas aprendem a formar as primeiras palavras e frases graças a sua
valiosa ajuda, além disso, ele certamente foi seu companheiro inseparável ao
longo de toda a sua jornada escolar.
Contudo, apesar dessa relação quase íntima os livros não podem
ser considerados os melhores amigos dos brasileiros. Pelo menos, é o que aponta
uma pesquisa realizada pelo IBOPE, no ano passado, que aponta que em média os
brasileiros lêem apenas quatro livros por ano.
Por isso, no dia em que se celebra o Dia Internacional do
Livro a reportagem do Raio-X quis saber de alguns escritores frutalenses se
realmente existe motivos para comemorar a data?
Na opinião da escritora Terezinha Lamounier Ferreira, que já publicou três livros, infelizmente
não há muitas razões para comemorar. “Na verdade, ser escritora me desperta dos
sentimentos distintos: o orgulho de poder contar um pouca história da minha
cidade e a tristeza por saber que as pessoas não se interessam pelos meus
livros, que eles ficam guardados numa estante acumulando a poeira do tempo e do
descaso”.
A escritora ainda relembra como
começou a sua incursão no mundo dos livros. “Sempre gostei de frequentar a
biblioteca da escola, além disso, mamãe sempre me incentivou a ler bons livros”.
Terezinha relembra o que a inspirou
a se transformar em uma escritora. “Eu queria resgatar a história da nossa
cidade e também queria contar um pouco da vida de alguns personagens
importantes da nossa localidade. Então escrever foi a maneira que encontrei
para homenagear tanto essas ilustres figuras quanto a nossa querida cidade”.
Mesmo pertencendo a gerações totalmente diferentes, o
escritor Cláudio de Andrade Couto, que recentemente lançou seu primeiro livro,
concorda com Terezinha e acha que não há muito a se comemorar no Dia Internacional
do Livro. “Como escritor me sinto realizado, mas sei que em Frutal não existe
um grande público que se interessa pelo mundo dos livros e isso certamente me
deixa bastante entristecido”.
Cláudio também relata os inúmeros obstáculos que teve que
vencer para publicar seu primeiro livro. “Realmente o mais é difícil é
encontrar uma editora que acredita verdadeiramente no seu projeto, que te
ofereça condições para que você trabalhe com tranqüilidade em cima da obra, mas
infelizmente, o mercado editorial brasileiro ainda é muito incipiente”.