Ministério Público tenta impedir que tradicional sede do ISPA seja demolida.
O Ministério Público de Frutal e o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural tentam impedir que a tradicional sede do Institu...
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O Ministério
Público de Frutal e o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural
tentam impedir que a tradicional sede do Instituto São Paulo Apóstolo, o ISPA,
seja destruída.
O imponente
prédio, construído em meados do século passado, seria demolido para dar lugar a
duas torres de apartamentos residenciais.
Contudo, as
obras que estavam marcadas para começar ainda este ano podem ser embargadas
pela Justiça. Isto porque o Ministério Público de Frutal ajuizou uma ação civil
pública para evitar que um dos últimos patrimônios históricos da cidade seja
derrubado.
Em entrevista
ao repórter Nélio Barbosa, o Promotor Renato Teixeira Rezende, explica porque o
Ministério Público decidiu intervir neste caso. “A maioria dos patrimônios históricos
do município já foram ou destruídos pela a ação do tempo ou sucumbiram à ganância
do homem. Por isso, o Ministério Público pretende impedir que este histórico
prédio seja derrubado e caia no esquecimento”.
O promotor
ainda ressalta que todo patrimônio cultural e histórico deve cumprir uma função
social e proporcionar benefícios a comunidade. “Os prédios históricos não devem
ficar dentro de uma redoma, eles devem ser utilizados pela população. Nada impede
que sejam desenvolvidos inúmeras atividades naquele prédio”.
O promotor
também esclarece que tanto a Arquidiocese de Uberaba, que é a proprietária do
imóvel, quanto a Prefeitura de Frutal foram acionadas pelo Ministério Público. “Nós
notificamos o Poder Público e a Igreja Católica e caso eles destruam o prédio
antes que seja tomada uma decisão definitiva sobre este imbróglio, ambos sofrerão
as punições cabíveis”.
Procurado pelo
repórter Nélio, o presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de
Frutal, Ionei Dutra, afirma que a entidade já havia iniciado o processo para o
tombamento da antiga sede do ISPA. “Nós já havíamos dado início a este processo
e agora unimos forças com o Ministério Público para tentar evitar que uma
importante parte da história de Frutal vire pó”.
Ionei ainda
conta um pouco da rica história do imóvel que foi construído na década de 50. “Na
época Frutal não contava com um colégio ginasial, por isso, alguns produtores
rurais se uniram e doaram o dinheiro para a construção da escola que seria
administrada pela Prefeitura. Depois o prédio foi sede de muitas outras
instituições, até mesmo a APAE de Frutal já funcionou naquele local”.
O repórter
Nélio Barbosa também entrevistou o padre Sebastião Ribeiro, pároco da Igreja
Nossa Senhora do Carmo, que afirmou que diversos setores da igreja foram
favoráveis à demolição da tradicional prédio. “Esta permuta realizada pelo meu
antecessor foi aprovado por todos os órgãos da igreja que tiveram acesso ao
documento, por isso, não vemos nenhum problema em demolir o prédio já que a
igreja não condições financeira para custear a manutenção daquele local”.
Padre
Sebastião também salienta que a Arquidiocese de Uberaba já enviou documentos para
a Prefeitura e para o Ministério Público explicando porque é contrária ao
tombamento do prédio. “Esperamos que o contrato seja cumprido e o prédio
demolido, mas iremos aguardar o posicionamento da Justiça e acataremos a
decisão do Judiciário”.