Programa “Mais Médicos” desagrada profissionais da saúde de Fr
Quem entrar na faculdade de medicina a partir de 2015 terá que trabalhar dois anos na atenção básica da rede pública após cursar os atua...
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Quem entrar na
faculdade de medicina a partir de 2015 terá que trabalhar dois anos na atenção
básica da rede pública após cursar os atuais seis anos da graduação.
Apenas após
esses oito anos, o profissional terá o registro permanente de médico e poderá
dar plantões e abrir consultório.
As novas
regras foram anunciadas na semana passada pela presidente Dilma Rousseff no
lançamento do "Mais Médicos", um pacote de medidas para a saúde que
também inclui a "importação" de profissionais estrangeiros.
A intenção do
governo é estabelecer dois ciclos no curso. O primeiro segue o modelo atual de
seis anos. A novidade é o segundo ciclo, em que o profissional atuará com um
registro provisório do Conselho Regional de Medicina em postos de saúde,
prontos-socorros e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da rede pública.
Entidades
médicas espalhadas por todo o país afirmam que foram surpreendidas pelo anúncio
do governo federal e classificaram a medida como antidemocrática e totalitária.
Em entrevista
a repórter Débora Garcia, o médico Clarkson Alves Ferreira, delegado do
Conselho Regional de Medicina em Frutal, ressalta que é preciso que o governo
invista maciçamente na área da saúde e não que obrigue os médicos
recém-formados a trabalhar no setor público. “É claro que precisamos de mais
médicos atuando na rede pública, mas isso não pode acontecer através de uma
canetada. O governo não pode obrigar o médico a trabalhar, mas sim dar
condições para que realize um bom trabalho”.
O médico ainda
se mostra preocupado com a qualidade do ensino oferecido nas faculdades de
medicina brasileiras. “Antes mesmo dessa medida arbitrária do governo, eu
sempre me questiono que tipo de profissionais estamos formando. Será que essa
nova geração está realmente está preparada para lidar com as adversidades da
carreira médica ou apenas se sente atraída pelo status e pelo dinheiro”.
O Delegado do
Conselho Regional de Medicina destaca que na França existe um programa parecido
com o Mais Médicos, contudo, Clarkson salienta que naquele país o sistema
público de saúde é mais bem estruturado. “Na França existe algo semelhante, mas
lá as condições de trabalho são bem melhores. Do que adianta termos médico se
não teremos equipamentos e medicamentos?”
Já a
Secretaria Municipal de Saúde, Ana Maria Bernardes, afirma que o programa “Mais
Médicos” poderá beneficiar a população mais carente. “O governo realmente
precisa tomar uma atitude para aumentar o contingente de médicos que atende na
rede pública, sei que é uma medida paliativa mas tudo que beneficia o bem estar
do cidadão é visto com bons olhos pelo município”.
A secretária
lamenta que a falta de médicos prejudique a eficiênciade alguns serviços
prestados pelos profissionais da saúde pública do município. “Para você se ter
uma idéia o ideal era que Frutal contasse com mais equipes do Programa Saúde da
Família, mas por falta de profissionais interessados em trabalhar no setor
público estamos encontrando algumas dificuldades para contratar mão de obra
especializada”.
Ana Maria
ainda afirma que por causa do número reduzido de médicos em Frutal, a prefeitura
foi obrigada a contratar profissionais que residem em Uberaba e Uberlândia. “Por
falta de especialistas em diversas áreas da medicina, somos obrigados a
contratar os serviços de médicos que não residem em Frutal e que por isso
prestam atendimento aqui em apenas alguns dias da semana”.