Vida de cão

Um ato de crueldade um pequeno cachorro é covardemente agredido pelo seu dono. Mas o que uma pessoa deve fazer quando se presencia uma cena tão desumana. Teoricamente ela deveria comunicar o crime às autoridades competentes, não é verdade?

Mas e quando os órgãos competentes não tomam nenhuma medida para coibir os maus tratos com animais? A quem devemos recorrer? Essa é a dúvida que anda atormentando o servente Rodrigo Rezende Freitas. “Meu vizinho arremessou o cachorro por cima do portão de sua casa, fiquei horrorizado com a maldade daquela cena e imediatamente socorri o cachorro. Depois entrei em contato com a Polícia Militar e para meu espanto eles me informaram que este tipo de ocorrência não é da alçada deles”.  

A estudante Larize Alves Miranda também conta que a Polícia Militar não atendeu uma ocorrência na qual ela relatava que um cachorro era vítima de maus tratos. “Fica esse eterno jogo de empurra-empurra. Quando ligamos para a Polícia do Meio Ambiente eles afirmam que zelar pelo bem estar dos animais domésticos é função da Polícia Militar. Já quando ligamos para Polícia Militar, eles afirmam que quem deve atender a essas ocorrências é a Polícia do Meio Ambiente”.

O professor Danilo Alves, ex-presidente da Organização de Proteção Animal e Ambiental revela que este é um problema antigo. “Esse já é um problema que se arrasta há muitos anos em nosso município. Várias vezes realizamos uma denúncia de maus tratos a animais e a Polícia afirma que não tem como apurar o fato por falta de efetivo. Aí vamos até a delegacia e nos deparamos com carros parados no pátio e policiais conversando descontraidamente como se não tivessem recebido queixa nenhuma”.

O Comandante da Polícia Militar, Major Arnaldo Pereira, esclarece que o fato de alguns carros estarem estacionados na frente do quartel não significa necessariamente que haja efetivo para atender às ocorrências e garante que irá averiguar todas as reclamações sobre as falhas no atendimento da Polícia Militar. “Pelos fatos relatados pela população parece realmente que houve uma má vontade da pessoa que atendeu as ocorrências, iremos apurar os fatos e iremos advertir os envolvidos para que isso não ocorra novamente”.