Adolescente morre após complicações em parto e família cobra explicações
A morte de uma adolescente uma semana depois de dar a luz no hospital Frei Gabriel deixou a família intrigada. A estudante Bruna Si...
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A morte de uma adolescente uma semana depois de dar a
luz no hospital Frei Gabriel deixou a família intrigada.
A estudante Bruna Silva Lacerda foi internada no dia 28
de junho e deu a luz ao pequeno João Miguel Silva Lacerda.
Aparentemente bem, a jovem foi liberada, mas voltou pro
hospital sentindo dores um dia depois.
Como os médicos não conseguiram descobrir o que ocorria
mesmo depois de um procedimento cirúrgico a enviaram para Uberaba. Lá, segundo
a família, a jovem já chegou a estado grave com uma infecção generalizada.
Na quarta-feira a jovem morreu no Hospital de Clínicas
de Uberaba.
As causas dessa infecção ainda são desconhecidas.
A mãe da jovem Adriana José da Silva falou com o
repórter Nélio Barbosa e afirma que acredita que uma falha médica tenha causado
a morte da filha. “Meu neto nasceu de parto normal e minha filha estava bem,
passado alguns dias ela sentiu uma indisposião, voltamos ao hospital e o
primeiro diagnóstico foi que havia água do parto. Depois o quadro se complicou
e disseram que dentro da barriga dele havia uma grande quantidade de pus”.
Adriana afirma que depois que a filha dela voltou para o
Hospital Frei Gabriel ela passou por um procedimento cirúrgico. “Os médicos
daqui disseram que iriam fazer uma cirurgia para retirar a água da barriga da
minha filha. Depois afirmaram que ela teria que ser transferida para Uberaba
porque lá tinha mais infraestrutura médica. Quando chegamos em Uberaba, os
médicos afirmaram que o caso dela era grave, que minha filha estava como uma
infecção generalizada, mas que fariam tudo para salvá-la”.
O pai da menina, o motorista Júlio César Lacerda, também
disse acreditar que houve erro médico. “Nós perdemos nossa filha por causa de
uma negligência dos médicos. Elas afirmam que havia água do parto, mas nos suspeitamos
que o que havia eram resquícios da placenta e foi isso que ocasionou a infecção
generalizada”.
Júlio César afirma que sua filha estava aparentemente
bem após o parto. “Você não sabe como é triste ver sua filha saudável e feliz
no domingo e quatro dias depois trazer ela dentro de um caixão de Uberaba para
Frutal. Por isso, espero que os responsáveis pela morte da minha filha sejam
severamente punidos”.
O médico Paulo César Castro, diretor clínico do hospital
Frei Gabriel também foi procurado por nossa reportagem para apresentar a versão
do hospital. De acordo com ele, o procedimento no parto da adolescente foi
dentro do estabelecido pelos protocolos de saúde. “Foi um parto normal e ela
teve pós-operatório tranquilo por isso, foi dado alta à paciente. Na segunda,
ela chegou ao hospital pálida e prostrada e nós imediatamente tomamos as
medidas cabíveis, a internamos e realizamos uma extensa bateria de exames”.
Segundo o médico Paulo César, os médicos descobriram que
havia líquido dentro da adolescente depois de uma ultrassonografia. “Esse
ultrassom mostrou que havia uma quantidade significativa de líquido na cavidade
abdominal. Passado algumas horas, a paciente começou a ficar em estado febril e
passamos a suspeitar que ela estivesse com alguma infecção”.
Mesmo assim, os médicos em Frutal não encontraram o foco
da possível infecção, explica o médico Paulo César. “Nós fizemos um
procedimento cirúrgico e não encontramos o foco da infecção. Como ela
apresentava um quadro séptico entramos em contato com o Hospital Escola de
Uberaba e encaminhamos a Bruna para lá. Os médicos de Uberaba também realizaram
alguns exames e também constataram uma quantidade de líquido na cavidade
abdominal, mas não conseguiram diagnosticar qual era a origem desse líquido”.
O médico descarta que durante o parto tenha ficado algum
material dentro da paciente. “Não existe possibilidade porque o parto foi natural,
o que pode ter ocorrido é que ela tenha contraído uma infecção e infelizmente
todos nós estamos sujeitos a ter uma infecção”.
Texto: Antônio Araújo