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Ituramense sobrevive a 72h de dor, fome e sede

Diário da Região A vendedora Carolyne Laila Soares, 19 anos, viveu 72 horas de horror nos últimos quatro dias e sobreviveu a um grave ac...

Diário da Região

A vendedora Carolyne Laila Soares, 19 anos, viveu 72 horas de horror nos últimos quatro dias e sobreviveu a um grave acidente graças à água da chuva. Ela sofreu fraturas múltiplas no tornozelo, fêmur e bacia esquerdo, ao capotar seu carro e cair num barranco de três metros de altura, ao lado de uma estrada da região. Sem conseguir se locomover, passou três dias com parte do corpo dentro de um córrego à espera de socorro. Sem comida e sem água potável, bebeu água da chuva, o que - segundo médicos - foi o que salvou a vida da jovem.

 Carolyne perdeu o controle do carro por volta das 20h30 de quinta-feira, quando trafegava pela rodovia Elyeser Montenegro Magalhães, em Populina. Ela foi encontrada por um casal de namorados, que passava pelo local e escutou os gritos de Carolyne, às 19h30 do domingo.

O casal chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que encontrou a jovem com água até a altura da cintura e com a cabeça apoiada em um notebook. Como o local é de difícil acesso, e a equipe do Samu não tinha equipamento necessário para o salvamento, acionou o Corpo de Bombeiros.

A jovem foi içada até a rodovia e levada até a Santa Casa de Fernandópolis. De acordo com a enfermeira do Samu de Ouroeste Irislene Maldonado, Carolyne já estava com os batimentos cardíacos muito fracos - sinal de desidratação - e também com início de hipotermia (temperatura do corpo abaixo de 35 graus). “Tive que entrar na água para fazer o resgate. Com a ajuda do motorista a retirei da água e prestei os primeiros socorros.” A enfermeira disse que a jovem chamava muito pelo pai e ficou o tempo inteiro consciente. “Ela se mostrava muito forte psicologicamente, contou que deve ter dormido ao volante e, por isso, perdeu o controle do carro.” Sumiço Fátima Carvalho Soares, 41 anos, disse que ficou aliviada quando soube, pelo pai da jovem, que a filha tinha sofrido um acidente, mas que estava viva. Carolyne havia saído de casa, no município de Iturama (MG), dizendo que ia para a casa da avó no distrito de Alexandria. 

No dia seguinte, como a jovem não retornou para a casa, a mãe registrou seu desaparecimento na polícia e buscas começaram. “Todo mundo estava procurando nas proximidades de Iturama, pois não sabíamos que ela tinha vindo para outro Estado. Já estava pensando que o pior tinha acontecido, quando o pai dela me ligou dizendo sobre o acidente. Fiquei muito aliviada com a notícia de que ela estava viva”, disse a mãe. 

A jovem contou para a mãe que para sobreviver teve que tomar água da chuva enquanto ficou no barranco. “Ela disse que sentia muito frio, fome, sede e tinha muito medo de perder a perna esquerda, já que o membro doía muito. Ela sofreu bastante, deve ter sido uma experiência horrível”, diz a mãe. Fátima contou ainda que a filha tentou pedir socorro, mas o celular estava no bolso da calça e ficou muito molhado. “Ela tinha comprado naquele mesmo dia, de tarde, um notebook.

Ela estava com ele, porém o aparelho também só serviu de travesseiro, já que com a queda ele foi danificado.” Estado de jovem ainda requer cuidados O chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Fernandópolis, Fernando Bertacci, disse que o estado de saúde da jovem é estável, porém ainda inspira cuidados. “Já fizemos alguns exames, mas como ela chegou muito desidratada e com anemia, pois perdeu sangue e não se alimentou neste período, precisamos que ela se recupere para podermos operá-la.

Ela teve fraturas no fêmur e no tornozelo esquerdo e também na bacia. Para corrigir a fratura do membro, vamos operá-la. O trauma da bacia será resolvido com repouso”, afirmou Bertacci. De acordo com o médico, nos próximos dois dias ainda serão feitos vários exames, pois Carolyne corre risco de contrair infecções por conta das condições do local onde permaneceu e pelo tempo em que teve que tomar água da chuva. “Não sabemos qual a qualidade dessa água e o que havia nesse córrego.

Precisamos investigar muito bem para não aparecer uma infecção neste período”, disse o médico. Segundo Bertacci, tomar a água da chuva foi crucial para que ela permanecesse consciente durante as 72 horas que ficou no local. “Caso não houvesse água poderia ter um quadro de saúde bem pior.

Outro fator que ajudou foi a idade da vítima. Caso fosse uma senhora ou então uma criança, dificilmente sobreviveria tanto tempo nestas condições”. O médico acredita que a jovem deve sair da UTI ainda esta semana para ir para o quarto. “Só se alguma infecção grave aparecer nestes exames ou alguma complicação é que vamos segurá-la aqui na UTI. Mas, a princípio, o quadro dela é bom e deve seguir para o quarto ainda esta semana”, diz. O irmão de Carolyne, Carlos Antonio Pereira, ficou aliviado ao vê-la. “Ela está bem, já se alimentou, conversou bastante comigo e contou sobre o acidente. Foi muito emocionante vê-la. Quando vi o carro, imaginei que ela deveria estar muito machucada”, disse.


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